Crônica sobre inverno, café e você
Eram exatamente 6:10 da manhã, quando despertou de um sono
profundo, renovador, revigorante. Acostumada com a corriqueira rotina de uma segunda-feira
que acabara de nascer, ela se dirigiu lentamente para o banheiro. Ali procurou
abrir por inteiro os olhos e ir separando lentamente sonho de vida real. Ocupou-se
lentamente dos mínimos detalhes, se vestiu, se perfumou, olhou – se no espelho
e sorriu, o espelho sorriu de volta.Desceu as escadas, o relógio já se tornara o seu arquiinimigo
a essa altura do campeonato. Entrou naquele café pequeno, o mesmo de sempre.
Pediu o seu preferido, para viagem. Colocou o fone no ouvido, apertou os passos
e seguiu seu rumo.Durante o trajeto, seus passos eram curtos, parecia curtir
cada instante passando lento. Olhou para o céu, haviam nuvens. A cor era acinzentada,
assim como o resto de tudo que havia na cidade. A garoa vinha beijar-lhe a
ponta do nariz, provocando arrepios sutis e o vento frio a envolvia em um longo
e interminável abraço, soprando por trás das suas orelhas.Começou a tocar aquela música, a mais bela de uma lista
escolhida a dedo, sempre um bom e velho rock’n roll. Levou a boca o copo de
capuccino, sentiu o gosto doce do chocolate misturado ao gosto único do café,
vagou os olhos. Lembrou dele, do modo
como beijara sua testa na ultima noite, lembrou do abraço dele e dos beijos que
a tiravam deste plano por alguns segundos, lembrou dele cantando com olhos
fechados e sorriu. Sorriu diversas vezes.Ao lado dele ela encontra dias de verão no frio incessante do
inverno . Desejou que aquilo nunca acabasse, posto que é chama. E fosse eterno
enquanto durasse.
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