A Lua Dança e eu também.
Hoje quando a van
chegou, já estava atrasada, e o trânsito uma droga. Eu estava prevendo que ficaria muito
irritada. Peguei o fone e coloquei no ouvido. Meus melhores amigos do rock
sussurravam ao pé de minha orelha suas odisséias.
Busquei a janela tentando me distrair e assim sem mais nem
menos entrei naquela espécie de transe, onde você só enxerga um ponto fixo. Ou
fixo na maioria do tempo, como no meu caso. Havia no céu uma Lua, cheia, se
destacando em um amarelo ouro no meio do céu escuro.
A Lua dançava um balé bizarro, pulando de prédio em prédio,
atrás de montanhas. Ora do lado esquerdo, ora do lado direito. Parecia uma
bailarina tímida, usando o seu véu de nuvens cinzas para esconder o rosto
sempre que eu a encarava sem desviar o olhar.
Magnetismo é a palavra que descrevia a forma como meus olhos
grudaram na Lua durante todo o trajeto. Não por alucinação ou tramóia de
vampiros, lobisomens e seres mitológicos. Foi porque olhar a Lua fez aquietar
meu coração, identificação.
O coração de um homem é como a Lua, tão lindo, tão brilhante
e tão misterioso. Tão perto porem quando se tenta tocar se torna longe.
Inexplorável, inabitável até descobrirmos não só o caminho para chegar quanto
as condições para permanecer.
Eu não sei porque, nesses tempos de saudade, não só a Lua,
mas tudo me faz lembrar você.
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