Paulinha ;*

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sábado, 10 de novembro de 2012

Todas as músicas lembram você


Talvez escrever pudesse aliviar o que Alice sentia.
Ela precisava falar, gritar, por pra fora tudo que havia sendo acumulado durante o ano que terminaria em alguns dias. Se o mundo não acabasse, Alice pensava.
Em seu íntimo guardava o desejo contínuo, interminável e atemporal que era traduzido em uma única coisa, a paixão devastadora que sentia por Thiago. Pura física, mãos suando, pernas tremendo, coração disparado, respiração acelerada, olhos brilhando e arrepios generalizados.
Coisa importuna, que acordava Alice no meio da noite criando sonhos reais, que desligava sua mente para que ela não prestasse atenção em mais nada, que a dominava, que tirava de perto dela todas as pessoas que podiam lhe fazer bem, que fazia Alice não querer ouvir mais nada, alem do som pesado dos solos de guitarra, que martelava a presença de Thiago a cada esquina, a cada lugar, a cada gesto e a cada movimento do corpo dela.
Alice tinha vontade de deitar no chão e como uma criança chorar até trazer Thiago de volta.
Porque a falta que ela sentia dele era maior que o universo.
Ela precisava falar.
Mas ele nunca saberia. Ele nunca saberá.
Como Leoni já dizia, não Alice, não escreve aquela carta.

postado por Paula Hartung às

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