Par e ímpar

Toda metódica, fazendo um belo mosaico de números.
Toda faceira sorrindo pelos cantos da boca aos que lhe fazem bem.
Toda politicamente correta preocupada com o mundo em que vive.
Toda apaixonada embalada nos sons de suas bandas preferidas.
Toda de três cores.
Toda sonhadora.
Toda idealista.
Coitado daquele...
Que é todo diferente dela.

O joalheiro

As pessoas lhe indicavam como o melhor joalheiro do reino.
Todas as pedras se rendiam a ele, desde lindas e preciosas a enormes e no meio do caminho.
Uma pedra nunca fora um problema. Era um combustível, como lenha para a sua máquina de sonhos.
A maquina jamais parava, criava enredos, cenas e personagens, lhes adicionava uma trilha sonora e voilá, desejava aquilo mais que tudo.
Estava sempre disposto a dedicar seu tempo em lapida-las , até mesmo as mais teimosas.
Sua obra prima, afinal nunca se rendera a ele.
Bastou um tempo livre e uma gélida manhã para que após anos fosse o tal diamante luz dos seus olhos novamente, nem que seja só para ilustrar um dos seus fantásticos sonhos.
Pedras serão eternamente pedras, o que muda é a forma com que refletem.
Mas aquilo no que pensou era o velho ainda e sempre.

Bailando

Sabia exatamente qual era o próximo passo.
Escutava casa segundo da música com certa ansiedade para executar os passos.
Um de cada vez, como se em cada um deles seguisse um ritual.
Olhava para um lado, inclinava o queixo um pouco para cima e as mãos lhe pareciam guarda chuvas ou até mesmo guarda sol.
Respirava devagar, sua postura era exemplar.
Escutou o som que antecedia o mais magnifico acorde, aguardou pelo próximo passo.
Ela teve muita vontade de executar, embora soubesse que um tombo podia ser fatal para uma bailarina.
Sentiu vontade imensa de arriscar.
Se jogou.
E a dança se fez maravilhosa.

Sonhos

Os pesadelos eram constantes.
Havia sempre os mesmos corpos, jamais veria-se os rostos.
Despertou-se do sono terrivel, a escuridão da noite era quase total, a não ser por um feixe de estrelas que entravam pela janela.
Sentou, pode ouvir o silêncio gritante de seu coração.
Se lembrou de coisas que antes não se lembraria.
Encheu o quarto de esperança.
E quando nada mais fez sentido encontrou segurança no que passou do seu passado.
Sorriu um meio sorriso, suspirou e decidiu recomeçar.

Opostos

Blues e Axé, são substantivos opostos, e o oposto me atrai. Este blog não é nada alem de contos de uma garota que é atraída por opostos, histórias, dicas e coisas que estão ocorrendo no caminho oposto o da sociedade.
O programa piloto do meu novo cotidiano, será justamente falar do que é viver o dia a dia para uma simples garota antiquada e moderninha. Em plena era das raves e comprimidos alucinógenos, vivem pessoas como eu que preferem uma boa música alternativa e uma enorme barra de chocolate. Garotas que irão se identificar, que são feitas de sonhos e poesias, e que fazem da tristeza sua banda preferida . Não vivo na moda, mas deixo que a moda viva em mim, não gosto de televisão mas me divirto com algumas novelas, escuto tudo, tudo que tenha melodia! Não sei dançar o rebolation, mas depois de uma dose de tequila danço até bossa nova. Não estudei para ser advogada, mas sei tudo sobre o mundo e a sua história. Não sou malvada porem nunca serei boazinha. Sou engraçada, mas também tenho os dias de TPM. Sou inocente, mas sei bem o que estou fazendo. Nunca vou compreender o mundo, mas o mundo me compreende.
Espero que este blog seja um encontro de pessoas que assim como eu, são só pessoas. Que pensam e agem por seus próprios conceitos. Trarei coisas interessantes e coisas que de tão tolas são as mais engraçadas. Do blues ao axé estaremos constantemente num espaço de discussões ideológicas. Porque não posso girar o mundo. Mas posso aprender sempre sobre ele.