A Lua Dança e eu também.
Hoje quando a van
chegou, já estava atrasada, e o trânsito uma droga. Eu estava prevendo que ficaria muito
irritada. Peguei o fone e coloquei no ouvido. Meus melhores amigos do rock
sussurravam ao pé de minha orelha suas odisséias.
Busquei a janela tentando me distrair e assim sem mais nem
menos entrei naquela espécie de transe, onde você só enxerga um ponto fixo. Ou
fixo na maioria do tempo, como no meu caso. Havia no céu uma Lua, cheia, se
destacando em um amarelo ouro no meio do céu escuro.
A Lua dançava um balé bizarro, pulando de prédio em prédio,
atrás de montanhas. Ora do lado esquerdo, ora do lado direito. Parecia uma
bailarina tímida, usando o seu véu de nuvens cinzas para esconder o rosto
sempre que eu a encarava sem desviar o olhar.
Magnetismo é a palavra que descrevia a forma como meus olhos
grudaram na Lua durante todo o trajeto. Não por alucinação ou tramóia de
vampiros, lobisomens e seres mitológicos. Foi porque olhar a Lua fez aquietar
meu coração, identificação.
O coração de um homem é como a Lua, tão lindo, tão brilhante
e tão misterioso. Tão perto porem quando se tenta tocar se torna longe.
Inexplorável, inabitável até descobrirmos não só o caminho para chegar quanto
as condições para permanecer.
Eu não sei porque, nesses tempos de saudade, não só a Lua,
mas tudo me faz lembrar você.
postado por Paula Hartung às
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Todos juntos por um amor somente.
Fácil é se apaixonar por histórias, principalmente se todas
elas couberem dentro de um amor, um amor imenso, do tamanho de um estádio
cheio.
A primeira história com a qual cruzei, foi ainda ao chegar
no ponto e me sentar, sentei em um banco onde haviam mais três pessoas, duas
mulheres e uma criança, todas vestidas como a mim. Formava mos um bonito
mosaico de cores, de três cores. Essa
primeira história era composta por dois personagens, mãe e filho. A menina que
calculo deve ter a minha idade, vestida com as cores do time que o filhinho
tanto ama. Ela indo somente para incentiva –lo. Pobre menina, com olhos tão
vazio de esperança, contando partes de um sonho que não deu certo. Embora tudo
isso, ela fazia um esforço sobrenatural, para que aquele menino com olhos
brilhantes alimentasse os sonhos dele.
A segunda história, é sobre Fabi. Que estava sentada bem no
meio entre eu e a mãe com o garoto. Uma fanática tricolor, que é noiva de um
vascaíno. Nos sentamos juntas no ônibus, e tivemos uma longa viagem para falar
sobre planos, sonhos, carreiras e claro Fluminense. A Fabi traduz a imagem da
torcida feminina do Fluminense, simpatia, inteligência e coragem. Alias é
preciso coragem para sair de casa e ir sozinha até o estádio. Tudo isso por uma
paixão, tudo isso pelo Fluminense.
Consegui finalmente chegar dentro do estádio, e me sentei ao
lado da terceira história. Composta por uma família. Uma família linda. Vó, vô,
pai e filho. O casal de velinhos eram mesmo apaixonante, tanto amor. O pai
estava concentrado, nem cheguei a ouvir sua voz. Seus olhos eram apreensivos e
ele também tinha pouca paciência, e o Fluminense judiava, levando nossos nervos
ao extremo, a ponto de entrar em um colapso. Porem o que mais me chamou atenção
foi o menininho, lindo, lindos olhos verdes pequeninos, vidrado no campo, mãos
unidas em forma de oração e ele dizia o tempo todo, “ Deus por favor que saia
um gol “, repetitivamente. Até que as 40
do segundo tempo, já cansado pode explodir junto a mim e aos milhares do
outros, no momento mais feliz da noite. O sorriso que o menino abriu nessa hora
foi tão contagiante e logo em seguida ele deu um abraço caloroso em todos nós
que o cercava mos. O apito final e a noite tomava rumos de fim.
Final que culminou em um cenário já conhecido, com um brinde
de Stella Artois ao Fluminense, nas companhias das minhas duas melhores amigas
e do menino que teria sido Raul, mas é Lucas.
E depois ainda me perguntam, porque eu amo tanto o Fluminense.
postado por Paula Hartung às
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Janelas abertas.
Certa vez, um alguém me disse a seguinte frase: " porque não escreve sobre mim ? "
As manhãs tem sido tão geladas.
Abri as janelas, observei um filete de luz vindo me tocar.
Brinquei com a luz entre meus dedos, lembrei de você.
Que brilha intenso, que me toca delicadamente.
Aparece bem no meio de um furacão, neblina, nublado
Me aquece
E vai embora
Tão rápido quanto chegou
Deixando saudade, bochechas rosadas e disposição
Para sonhar que esteja ali todos os dias para sempre
Não escrevo sobre você, porque você é fantástico só por ser quem você é.
postado por Paula Hartung às
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